Unidade 7 – Tema 1
Quadro natural e regionalização da África
A maior parte do relevo africano é formada de planaltos elevados, sem variações significativas em seu modelado. Esses planaltos sofreram grandes transformações ao longo das era geográficas, por serem formações muito antigas.
É visível a influência de processos tectônicos recentes, ligados, principalmente a atividades vulcânicas, que contribuíra para a formação de altas montanhas no extremo norte e na sua porção leste.
No nordeste, em função de uma rica hidrografia, também encontramos grandes vales.
Podemos dividir o relevo da África em três porções principais: Planalto Centro-Meridional, Planalto Oriental e Planalto Setentrional.
- Planalto Centro-Meridional
Com altitudes médias mais altas do que as do Planalto Setentrional, a região compreende o centro-oeste e o sul do continente. No que se refere às altitudes, a Bacia do Rio Congo e o Deserto do Kalahari são exceções dessa região, pois constituem duas grandes depressões.
- Planalto Oriental
Região de origem vulcânica, com altitudes elevadas e depressões ou fossas tectônicas que deram origem a extensos lagos, como o Tanganica. Um aspecto marcante nesse planalto é o riftvalley, uma falhageológica que forma um vale de norte a sul.
- Planalto Setentrional
A noroeste, encontramos a Cadeia do Atlas, que se estende desde o litoral do Marrocos até a Tunísia, essa região é conhecida pelo nome Magreb.
O continente africano possui grande diversidade de climas e de formações vegetais. Nele convivem, por exemplo, paisagens desérticas, e uma das zonas mais úmidas do planeta.
- Clima
Encontram - se na África os climas temperados, semi-árido, equatorial, desértico, tropical e mediterrâneo. Essa diversidade se deve, entre os fatores, ao relevo e ao fato de o continente estar localizado entre os Trópicos de Capricórnio e de Câncer.
- Vegetação
A vegetação africana é influenciada pelos seus diversos climas, pela distribuição do relevo e pelas correntes marítimas, entre outros fatores.
~> Florestas tropicais e equatoriais úmidas.
Estão localizadas na faixa que envolve a linha do Equador. A principal é a Floresta do Congo, uma extensa Floresta Equatorial drenada pela Bacia do Rio Congo.
~> Savanas.
Presentes em regiões com estações mais delimitadas, sendo uma seca, no inverno, e outra chuvosa, no verão. Nas áreas mais úmidas, encontramos árvores, porém, mais espaçadas do que as da Floresta Equatorial, e grande diversidade de animais de médio e grande porte. Nas áreas mais secas, tem a predominância de gramíneas e arbustos.
~> Estepes.
São vegetações rasteiras presentes nas áreas de clima semi-árido que margeiam os desertos do Saara e do Kalahari.
~> Campos temperados (Pradarias).
Localizam-se na porção sudeste do continente, onde os europeus puderam se adaptar melhor na época da colonização.
~> Vegetação mediterrânea.
Encontra-se no extremo noroeste, sendo arbustiva, nas áreas mais próximas do Mar Mediterrâneo, e de pinhos e cedros nas áreas mais chuvosas da Cadeia do Atlas.
~> Vegetação desértica.
Caracteriza-se pela adaptação à falta de chuvas. A maior parte do deserto não possui nenhuma cobertura vegetal. A água da chuva que raramente ocorre nessas regiões é absorvida pela areia ou evapora sob ação de ventos secos. A flora dos desertos é formada por uma vegetação esparsa e abrange plantas de raízes profundas e cactos que armazenam água em seu interior.
- África do Norte
Limitada a norte pelo Mar Mediterrâneo, a noroeste pelo Oceano Atlântico e abrangida na maior parte pelo Deserto do Saara, a África do Norte é constituída pelos países de maioria árabe e islâmica: Argélia, Egito, Líbia, Marrocos, Mauritânia, Tunísia e Saara Ocidental (território anexado pelo Marrocos).
A região é caracterizada pela forte concentração populacional no litoral do Mar Mediterrâneo, onde as condições naturais permitem o desenvolvimento da agropecuária, exploração de petróleo e de outros minerais. Alguns países como Marrocos e o Egito, promoveram a industrialização. A colonização regional foi predominantemente francesa, embora o Egito tenha integrado a esfera de influência britânica.
- África Subsaariana
Como o próprio nome revela, a África Subsaariana é vasta região do continente compreendida ao sul do Deserto do Saara, povoada majoritariamente por povos negros.
Além da grande diversidade de paisagens, a região é marcadapela explora colonial no passado recente. A principal herança da colonização foi a divisão política arbitrária feita pelos europeus, que colocaram dentro das mesmas fronteiras etnias rivais ou separaram grupos étnicos em territórios diferentes. Devido a essa política ocorrem diversos conflitos étnicos no continente.
A África Subsaariana apresenta baixíssimo IDH, caracterizado pela alta concentração de pobreza e pela fome que assola grande parte da população. Nessa região encontram-se as 26 nações com os piores índices de qualidade de vida do mundo; mais de 30% dos subsaarianos sofrem de fome crônica.
A presença de uma agricultura de subsistência que se realiza ainda por meio do desmatamento e faz usa inadequado do solos, colabora para aumentar o quadro de subdesenvolvimento.
A exceção da extrema pobreza e miséria em toda a África Subsaariana está na África do Sul, país que atingiu certo grau de industrialização e modernização devido à grande presença de ouro, ferro e pedras preciosas em seu território. Contribuíram também para o desenvolvimento do país os investimentos industriais de britânicos radicados na região.
Na África, há regiões em que as condições naturais e a infra-estrutura contribuíram para maior ocupação e desenvolvimento econômico, em prejuízo de vastas áreas que não apresentavam inicialmente condições que favorecessem um povoamento maior.
As condições naturais, que constituíram adversidades no passado, são superáveis com o uso de técnicas modernas, porém, o desenvolvimento do território nas regiões mais inóspitas somente ocorre com a aplicação de grandes capitais vindo do exterior.
- Condições naturais e ocupação
De modo geral, nas áreas onde a declividade dos terrenos é menos pronunciada e as altitudes são mais modestas, houve maior fixação de populações. Isso porque, nessas áreas, as temperaturas são mais amenas e há maior incidência de chuvas, o que favorece o desenvolvimento da atividade agrícola. Além disso, algumas regiões muito próximas a rios eram evitadas, devido à disseminação de doenças transmitidas por insetos, como o tse-tsé e o mosquito transmissor da malária.
A ocupação populacional mais intensa também foi favorecida nas áreas em que as chuvas são regulares e abundantes, como o vale do Rio Nilo e o centro-oeste do continente, onde se deu o desenvolvimento da agropecuária.
- Reservas minerais ocupação
A existência de reservas minerais para aproveitamento econômico consistiu outro fator de fixação de populações em áreas específicas do continente africano. Ao redor dessas reservas, formaram-se bolsões de enorme contingente de populações mais pobres.
A mineração está diretamente relacionada ao desenvolvimento de várias áreas por meio da extração de ouro e metais preciosos, principalmente na África do Sul, na República Democrática do congo e na Zâmbia, geralmente sob o comando de capitais estrangeiros.
- O Impacto do colonialismo
Apesar da importância dos fatores citados, a atual distribuição das populações africanas não pode ser explicada sem levarmos em conta as guerras entre as diversas nações e os diferentes grupos tribais, e a escravidão. Esses fatores acabaram por incrementar a urbanização de algumas cidades e regiões portuárias e, ao mesmo tempo, provocaram um deslocamento populacional forçado e o esvaziamento de várias áreas no interior do continente.
Os colonizadores europeus também colaboraram na fundação de vários centros urbanos, devido às suas atividades comerciais entre a Europa e os territórios por eles controlados no continente africano.